segunda-feira, agosto 21, 2006

Há um dia em que se foge...



Há um dia em que se foge…
Começa-se por fugir timidamente duma infância que se cola à pele e que nos quer revelar puros e apenas tocados por gestos maternais. Há uma dimensão azul celeste que nos suga e nos compromete em teorias universais que desconhecem o teor da inocência. Para lá de clichés repetidos em bocas sedentas de um céu, estou eu…nasci há pouco num terramoto estrondoso perdido no meio do infinito. Sim, porque daqui para ali apenas conheço uma vastidão de que nunca vi o fim. São os rostos que passam vizinhos do meu, de línguas estranhas e ouvidos apurados! Talvez apenas possa apontar uma direcção aos viajantes onde pressuponho que o sol habita… e à noite salto à corda! Dizem-me que gosto de bombons mas inutilmente balanço-me na direcção deles e dos seus passos doces. Sei que me deixaram destroços no coração que ainda jovem sangrou sonhos em noites claras agora visíveis nesta minha roupa oferecida. Adormeci…e o verde que comigo se deitara, acordou amarelado! E eu, sem saber, porque nenhum viajante me ofertara um espelho, retornei de estranheza no olhar, maduro como o sábio da montanha, fugido do azul celeste com que inventaram a infância…

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Saio de mansinho, em silêncio, para não estragar as tuas palavras que dizem tanto, mais do que ainda consigo entender, li e reli e vou ler de novo, porque o que dizes é muito mais do que palavras..
Beijinho, grande..

10:29 da tarde  

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