sexta-feira, outubro 03, 2008

quinta-feira, agosto 28, 2008

Da morte dos girassóis

Nascem as memórias, em jorros coloridos que se colam às pétalas. São agora borboletas de espanto, em leito de morte.



E voam todos os amarelos húmidos, sedentos, rente às memórias, buscando um céu.
O céu dos girassóis!



Há ainda laivos de zunidos, vozes de outrora, que segredam mantras adocicados, finalmente desvendados. É a direcção do horizonte, onde se amputam todas as mentiras!
Chora-se a seiva em gargalhadas da alma.



São excessivas todas as mortes, mesmo, as dos girassóis!!!


sábado, agosto 23, 2008

O tudo que de mão dada me mostra o mundo...



Sinto a noite fechada nas minhas mãos abertas. O brilho silenciado das estrelas nos olhos que passam. A melodia que clareia os passos que me seguem. Acompanham-me sinais inesperados de sabedorias antigas. Apenas sei que não sei. Nem palavras, nem sons, nem caminhos...
Fala-me o nada que é meu companheiro na jornada. Escuta-me o tudo que de mão dada me mostra o mundo!

segunda-feira, agosto 18, 2008

É este o meu lar...



Ainda é cedo para esquecer o corpo cansado na porta entreaberta do olhar. Mas chama a alma cansada de esperar. Sigo nos dois, viajante acompanhada de dia e noite, morte e vida, partir e voltar. É este o meu lar.

sexta-feira, agosto 08, 2008

Neste dia...



Asas.
Voltar a senti-las.
Voar. Pertencer ao céu, acompanhar o vento, tornar-me azul.
Ensaiar o desconhecido. Apropriar-me da vastidão interna, aprisionada de pés e mãos.
Medo. Sorrir-lhe.
Quantas vezes serão precisas?!!




Recomendo o livro de Paulo Borges: A cada instante estamos a tempo de nunca haver nascido. E os seus aforismos...


“Busca o que mais temes, beija-o na boca e sê feliz para sempre.”

Paulo Borges

quarta-feira, agosto 06, 2008

Breves




Breves.
Breves as manhãs.
Rosas claras de aconchego fácil. Amanhecer volátil em telhados vermelhos.
Breves.
Tão terra, ar, água e fogo.
Breves.
Apenas e só momentos de eternidade. De recomeço. De nascimento. De morte. De Nada.
Simples e claros.
Olhar cheio de vontades. E vazios.
Passageiro de mãos dadas. Reafirmadas. Reencontradas.
Breve.
O tudo. O nada.

quarta-feira, julho 23, 2008

Palavras...



No escuro de uma voz
agora desenhada
nos contornos arábicos de um perfume,
encontro e procuro
sinais redescobertos em milénios
meus, teus, nossos
para além duma rima perfeita
ou de uns passos perdidos no seguir de um mapa
aleatório
tesouro achado, perdido
de reinos sonhados
e por mim
esquecidos...