terça-feira, abril 25, 2006

É a minha alma calada...



Calo a minha voz sempre que um chilreio me sobrevoa.
E deixo minha concha aberta para que o silêncio se acomode.
No espanto de mil olhos descubro o tamanho do infinito.
Sou agora big bang informe contendo em si todos os moldes.
É a minha alma calada que de mim não tem nada,
agora sem começo nem fim!


Aquela outra que de mim tem o rosto, ficou lá longe repleta de palavras…

domingo, abril 23, 2006

No desequilíbrio aparente de uma pintura do mundo…



Agora,
dentro desta vida,
num espaço sépia em que tudo tem lugar,
são os ventos simples toques
que me fazem amar.

São possíveis
nuvens carregadas de poesia
que em mim chovem
e deixam magia.

quarta-feira, abril 19, 2006

Aqui!



Passa-se tudo neste amarelo que me ampara.
Nunca será estrada passada!
Será estrela?
Ou apenas pincelada?!

Aqui. No centro, mesmo que nada…

sábado, abril 15, 2006

Sabedoria...



Era um colo feito de folhas leves, soltas, que partiam com o vento…
e eu voava segura, aconchegada e tocava braços feitos de nuvens,
recebia beijos prontos, frescos
e tu de asas abertas pousavas
e partias
mas voltavas!
Era um tempo leve onde as melodias eram risos puros
Era de pétalas o teu toque, tranquilo e cíclico…
Éramos o número universal perfeito

em chuva desfeito…


São gotas que escorrem em rio no meu rosto…
E eu sorrio!

segunda-feira, abril 10, 2006

E nascerão flores...



Amanhã será o dia em que corre o vermelho das palavras feridas. E nascerão flores nesse gotejar lento onde a comunicação se faz jardim aberto à Primavera.
Caminharão assim todos os passos…
Nascerão assim todas a asas…

terça-feira, abril 04, 2006

Lembras-te?...



Se me vires imóvel, de raízes fixas,
lembra-te que posso ser árvore…
Se me procurares pelo adocicado da tarde
pertenço à alma da floresta…
E talvez no silêncio entendas
o que as palavras te escondem…

São milénios de rostos nesta alma companheira que te conheço…
Lembras-te?!!!...

sábado, abril 01, 2006

E possam todas as gotas juntas fazer o mar!



É o verde que envolve a alma numa cura cósmica.
É a essência que brota em lágrimas numa torrente doce que se descobre salgada.
É o fim feito de mil princípios esquecidos e transfigurados.
Já passou o segundo em que fui bosque e até o minuto longo e agonizante do salto felino em fuga!
Agora vivo nestas águas de inconfundíveis seres que comungam gotas salgadas produzidas por mil olhos tristes…esperançados em mitos!
E possam todas as gotas juntas fazer o mar!
E poderão então as ondas saudar em vez de assustar…neste jardim marinho!!